O impacto da dependência química na vida profissional do sujeito é enorme. Ele perde toda a motivação no trabalho, culminando em afastamento, por vezes, involuntário. Não é fácil administrar a vida profissional quando se tem uma doença que consome toda a energia física e psíquica. Principalmente nos casos, onde não se pode contar com ajuda financeira de terceiros. Ou você trabalha ou você morre de fome.
O trabalhador fica em um conflito entre alimentar o vício ou o seu bolso. Ir para o trabalho ou gastar seu tempo consumindo drogas? E quando já se está num estágio evoluído da doença? O que fazer? Como ter motivação para o trabalho diante de uma doença que suga toda sua energia? Como se manter empenhado no posto de trabalho? Como lidar com o sentimento de culpa e fracasso após o uso? Eis a questão!
Entendendo o mecanismo da droga
A dependência química na vida profissional devasta toda a pretensão de sucesso na carreira. Isso ocorre porque a droga se interpõe entre o sujeito e seu trabalho. Melhor dizendo, a droga substitui o trabalho. Tanto a psicologia quanto a psiquiatria podem explicar como a droga se torna tão essencial na vida do sujeito. Mas todas as áreas médicas são unânimes em afirmar que a droga altera as áreas cognitiva, afetiva e motora do indivíduo.
A dependência química na vida profissional afeta profundamente o sujeito. Mas cada um possui suas razões para utilizar a droga. Alguns usam a droga como objeto de escape para os problemas. Outros enxergam a droga como solução dos problemas. E há ainda aqueles que usam a droga justamente pela “onda” que dá. Mas acontece que no momento em que o sujeito está usando a droga, ele não necessita de mais nada.
A droga se interpõe na vida do sujeito trazendo primeiramente prazer e depois necessidade. Para a psicanálise, a droga é um sintoma do sujeito e não uma causa. Ou seja, o indivíduo consome droga porque algo não está bem. Ele está enfrentando alguma dificuldade e não está sabendo lidar com isso. Quando ele não sabe que problema é esse, o indivíduo se defende dizendo que é por diversão.
A droga afeta corpo e mente do sujeito. Por esse motivo, é que no momento da drogadição ele esquece de todos os problemas, justamente pela sensação de prazer. Ele esquece da dor da vida. Mas, depois do uso vem o sentimento de angústia e tristeza. Afinal, a droga não elimina as dificuldades da vida. Isso faz com que o sujeito sinta a necessidade de usar a droga novamente para sentir prazer. E aí, surge a dependência química.
Tratamento para reabilitar a vida profissional
Sabendo que a dependência química na vida profissional causa profundos estragos, os médicos decidiram se atentar para isso. Os especialistas na área sabem como é importante o trabalho na vida da pessoa. O trabalho ajuda o indivíduo a criar laços. O trabalho amadurece o ser humano. É no trabalho que o sujeito começa a traçar planos. Por isso, quando alguém está sem uma ocupação, ele é visto como preguiçoso ou fracassado. Ficar sem trabalhar angustia o sujeito.
Para que a dependência química na vida profissional não gere impactos maiores, foi criado um tratamento para essa área. Pois entende-se que o trabalho também precisa ser incluído como uma terapêutica no processo de cuidado. Afinal, o trabalho influencia também a vida mental do sujeito. A ocupação tanto pode ser motivo de alegria e sucesso, como também de tristeza e angústia. Sendo em todos os casos, necessário para a sobrevivência.
A Laborterapia é o método que trata a dependência química na vida profissional. É uma terapia realizada através do trabalho. Ou seja, ela usa o trabalho como tratamento terapêutico. A terapia objetiva a reabilitação do dependente na sua área profissional. Ela trabalha por meio de atividades que visam à vocação e talento do indivíduo para determinada área.
A laborterapia entende que o trabalho é vetor de saúde mental. Isto é, o trabalho produz saúde mental. É trabalhando que o indivíduo se sente ativo. A laborterapia também ajuda na fase de desintoxicação do tratamento. Fase pela qual o organismo humano se purifica da droga, tanto a nível corpóreo quanto mental. Da mesma forma, a terapia auxilia no processo de diminuição dos momentos de ociosidade.